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A realidade da desigualdade de gênero enfrentada no mundo geek

Sexo frágil, ser delicado, inferior, incapaz, são apenas alguns dos “adjetivos” que elas têm que ouvir em seu dia a dia na sociedade que vivem

Ser mulher não é fácil, viver em uma cultura machista e opressora, que afirma a torto e a direito que o homem é superior, e ter que ouvir chacota do próprio, pois ele tem que reafirmar a todo instante sua masculinidade para os outros, diminuindo as pessoas, é uma luta constante que elas sofrem. Porém, essa realidade vem mudando, pouco a pouco. Embora ainda haja muito a ser transformado, as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço para falar e serem ouvidas, cargos importantes na economia e na política, papéis principais em filmes e séries. É necessário que a representatividade feminina seja exposta nas telonas de cinemas e em programas televisivos, pois causa impacto nas mulheres, dando confiança e mostrando que elas são tão capazes quanto eles.


Pessoas que demonstram interesse especial por histórias em quadrinhos, séries, videogames, desenhos animados e principalmente super-heróis, são denominadas nerds. Muitas mulheres, assim como os homens, ingressaram nesse mundo na infância, como é o caso da estudante Yngrid Santos, 19. “Desde quando eu era criança, meus pais compraram o Super Nintendo, então eu sempre gostei de jogar videogames, jogos de computador e de super-heróis, mas até hoje prefiro os jogos, principalmente por conta do Super Nintendo desde criança”.


Ellen Carvalho (Foto: Reprodução)

Já a técnica em gastronomia, Ellen Carvalho, 23, tomou gosto pela coisa de outra forma, “Minha mãe cresceu vendo a série dela com a Lynda Carter e passou o “amor” e a admiração para mim”. Ela ainda afirma que desde criança foram os desenhos que a atraíram para esse mundo, mas quando conheceu as histórias em quadrinhos de super-heróis, começou a ler, colecionar e hoje é fã do universo DC Comics.


Porém, como nem tudo na vida são flores, até no meio nerd as mulheres sofrem misoginia. “A maioria pode não ser de homens nesse mundo, mas com certeza é dominado por eles”, afirma Yngrid. Em jogos online, quando as pessoas notam que o nome da jogadora é feminino, já se impõem em colocá-la em uma posição de defesa, suporte para outros, e se for em qualquer outro lugar e o time perder, a culpa é dela por estar em um posicionamento diferente. “Sempre esses comentários me xingando de nomes pejorativos, menosprezando minhas habilidades de videogame, e eu sou tratada como se eu fosse incompetente”, acrescenta.


A representatividade feminina nos filmes e quadrinhos cresceu bastante nos últimos tempos. As meninas estão muito melhor representadas agora do que alguns anos atrás, quando todas as heroínas vestiam roupas mínimas ou serviam só como coadjuvantes. A estudante de jornalismo Victoria Franco, 20, cita que, antes, as meninas sempre tiveram só a Mulher Maravilha como representante, mas agora surgem cada vez mais heroínas inspiradoras, como a Katniss Everdeen, da franquia Jogos Vorazes, Kamala Khan é a nova Miss Marvel, Batgirl do universo DC, entre outras.


“Muitas delas agora assumem o manto de heróis anteriores, como a Thor. São personagens cativantes e amadas pelo público, tanto masculino quanto feminino. Kamala Khan, a nova Miss Marvel, uma adolescente muçulmana, é chamada hoje de novo Homem-aranha, pois os jovens se identificam com ela e seus problemas cotidianos”, afirma Victoria.


Todavia, nos videogames, a realidade é outra. A representatividade é escassa, algumas poucas que salvam. Yngrid menciona que pode contar, nos dedos de uma mão só, quantos jogos têm uma protagonista feminina que é realmente boa. Na maior parte das vezes a personagem é sempre “sexy”, só são criadas para ser conquistadas pelo jogador masculino, sendo tratadas como objeto, sem personalidade, além de serem reconhecidas apenas como “namorada do personagem principal”. “Elas só são ferramentas para melhorar o personagem masculino ou para avançar a história dele [...] Elas são ruins”, cita. Só agora que elas estão melhor representadas no quesito de jogos: Lara Croft de TombRaider é um grande exemplo.


É uma luta constante que as mulheres combatem, buscam pela igualdade de gênero, e acima de tudo, respeito. A cultura machista está impregnada fortemente na sociedade e é um mal que precisa ser tratado, pois afeta a todos. Muitas delas já tiveram sua identidade nerd contestada, pelo simples fato de gostar de um estilo musical que não necessariamente está de acordo com o que a maioria gosta, por usar maquiagem, por se vestir diferente, e até por seu determinado nível de conhecimento geral, sobre jogos, filmes, desenhos e histórias em quadrinhos.

respeito. A cultura machista está impregnada fortemente na sociedade e é um mal que precisa ser tratado, pois afeta a todos. Muitas delas já tiveram sua identidade nerd contestada, pelo simples fato de gostar de um estilo musical que não necessariamente está de acordo com o que a maioria gosta, por usar maquiagem, por se vestir diferente, e até por seu determinado nível de conhecimento geral, sobre jogos, filmes, desenhos e histórias em quadrinhos.

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