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A nova mulher do século XXI: dona da sua vida e do próprio negócio

O empreendedorismo feminino é mais que a independência financeira, é aceitar que, independente do gênero, todos têm direitos iguais

O mundo está em constante mudança e com ele as necessidades também vão mudando. Antigamente era muito comum a nossa bisavó ficar em casa esperando o marido com o jantar pronto. Mas há vários olhares para explicar porque essa mudança aconteceu: há aquela moça solteira que não quis casar e resolveu estudar, trabalhar e se destacar. Há também aquele homem que se acomodou e sua mulher se viu necessitada a assumir as rédeas da casa. Com tantas mudanças, as mulheres foram conquistando direitos importantes, fazendo com que seu papel na sociedade ganhasse atribuições que antes eram exercidas apenas pelos homens.

Erivânia lembra dos momentos difíceis no começo da empresa e se orgulha ao comemorar os cinco anos da Cirvaiha


A autonomia financeira pode ser considerada um dos principais fatores que levou as mulheres em busca do seu espaço no mercado de trabalho. É o caso da empreendedora Erivânia Carvalho, 34, que veio de uma família simples, mas desde cedo buscou se dedicar aos estudos com o incentivo da mãe. Aos 17 anos foi chamada para ser recepcionista de uma faculdade. “Quando eu ouvi o nome faculdade, na minha frente eu vi várias oportunidades. Durante os 14 anos que passei lá, fui recepcionista, assistente do atendimento ao estudante, assistente da pós-graduação e professora”, destaca a empreendedora.


Nessa faculdade, apesar das cobranças e dificuldades que enfrentou pelo caminho, ela se formou em Administração e fez duas pós-graduações, sempre com o desejo de crescer. Algum tempo depois teve a grande chance de trabalhar com a indústria farmacêutica e, nessa oportunidade, pôde estar em contato com grandes laboratórios de todo o Brasil. Nesse momento, se viu diante de várias oportunidades de crescimento profissional.


Mas, em 2010, com a grande crise econômica no país, a empresa que Erivânia trabalhava fechou. Com a família dependendo dela financeiramente resolveu continuar sendo professora, e a vontade de ser dona do seu próprio negócio continuou crescendo. Durante os anos trabalhando para essa empresa, aprendeu a terceirizar pessoas. E foi então que surgiu a ideia de terceirizar mão de obra.


No primeiro ano de sua empresa, a Cirvaiha, ela contava apenas com dez funcionários. Após algumas etapas vencidas e cinco anos depois, já são mais de 90. Ela diz que, no começo, o grande desafio foi levar um olhar diferenciado para conquistar o cliente, pois para conseguir entrar em um grande grupo é preciso levar um benefício. Com o diferencial oferecido pela empresa, conseguiu entrar em um novo seguimento com farmácias de Fortaleza. Hoje trabalhando com gestão de pessoas, sua empresa terceiriza profissionais em Fortaleza, Aracati e Sobral.


A empreendedora observa que todo dia é um desafio diferente, uma vez que trabalhar com pessoas é algo incerto. Diversas problemáticas podem surgir, desde aquela funcionária que chega para trabalhar com o olho roxo, ao funcionário que está com depressão e não consegue ir trabalhar. “Antes mesmo de pensar em abrir um negócio, você tem que pensar nas pessoas que você vai envolver nele”, completa.


Erivânia lembra do tempo que decidiu abrir sua própria empresa, em que chegou a ouvir diversas vezes coisas do tipo “acho que não é o seu perfil, isso é mais braçal, trabalho de homem” ou “pra esse tipo de trabalho é preciso de um cara que tenha pulso, você não vai conseguir”. Desde cedo muito determinada, nunca gostou de nenhum tipo de bajulação, mas sabia que seu trabalho era bem feito e gostava de ser reconhecida por isso.


O preconceito e discriminação sofridos pelas mulheres em funções que historicamente são dos homens é algo que encaramos até hoje. Em termos de salário, por exemplo, a participação das mulheres aumentou no mercado de trabalho formal, mas, ainda assim, o salário da mulher equivale a 72,3% do salário dos homens, segundo dados do IBGE. A quantidade de mulheres que ocupam cargos de chefia também é muito baixa: apenas 23% na presidência ou posições similares.

Anagélica Barros, Sara Procopio e Tháilan Mouta, funcionárias da empresa, contam que Erivânia é um exemplo e inspiração para elas todos os dias

O empoderamento da mulher na sociedade é uma das formas de combater a desigualdade de gêneros. Um verdadeiro líder qualifica seus funcionários e dá oportunidades para novas pessoas, tendo em vista que suas atitudes serão refletidas na empresa. “Eu a vejo como inspiração. Tanto como chefe, como uma mulher independente, ela prova pra gente todos os dias que é possível sim, mas tem que se esforçar e aprender com os erros”, é o que relata Sara Procopio, funcionária da Cirvaiha, sobre Erivânia.


Com muita determinação e trabalho, as mulheres conseguiram um avanço quando se trata do mercado de trabalho, mas há ainda alguns desafios a serem enfrentados, desafios esses que vão além de salários iguais para ambos os gêneros. E isso também se dá no campo da política, nas áreas de Exatas e em tantas outras. Homens e mulheres precisam lutar pelo empoderamento feminino em todas as áreas da sociedade e pela busca da igualmente de gêneros, que também é um direito constitucional.

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